quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Novo status para a Expressão Corporal

A hora de correr, jogar e se exercitar está mais rica: o objetivo agora é explorar as diferentes culturas e integrar os alunos

Por Beatriz Santomauro - colaborou Iracy Paulina - Revista Nova Escola - Ed. 215 - Setembro 2008. - Foto: Robson Fernandjes/AE


Não é preciso marcar gol ou ser o primeiro a cruzar a linha de chegada. Basta participar, interagir, ajudar, planejar e interferir para ser campeão. É assim, com muita integração e espaço para conhecer diferentes manifestações culturais, esportivas e sociais, que a Educação Física está ampliando seu papel nas escolas. Mais do que o movimento pelo movimento, o que importa atualmente é conhecer e desenvolver as manifestações corporais. Além do jogo (com suas estratégias práticas) e das atividades de relaxamento e alongamento dos músculos, é preciso ensinar a importância da afetividade, do trabalho em equipe e da convivência com diferentes pessoas e grupos.

Todas essas idéias estão presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) - mas mal começam a se disseminar pelo país, trazendo avanços na forma de trabalhar a disciplina e ajudando a acabar com mitos, como o de que só alguns alunos, "mais dotados do que outros", conseguem aproveitar as aulas (leia mais no quadro). "Essa abordagem parte do princípio de que temos conhecimentos acumulados historicamente que precisam ser transmitidos para as novas gerações por meio da escola", diz Marcos Garcia Neira, da Universidade de São Paulo (USP).

Alfabetização corporal
João Batista Freire, da Universidade Estadual de Santa Catarina, destaca que hoje é essencial trabalhar a alfabetização corporal: "Existe um vocabulário motor, uma 'fala' do corpo, e é possível fazer a turma avançar apresentando novas experiências e propostas de ação". Assim, uma ampla gama de atividades deve ser proposta para os alunos ampliarem seu repertório de vivências. Se os meninos não gostam de dançar e as meninas têm menos força física, essas características precisam ser respeitadas, mas cabe ao professor criar atividades que valorizem todas as características, já que o propósito atual do ensino de Educação Física não é mais revelar atletas, como já foi comum no passado (saiba mais sobre a evolução da disciplina no Brasil na linha do tempo).

Glauco Ramos, professor do Departamento de Educação Física e Motricidade Humana da Universidade Federal de São Carlos, dá um exemplo: "O futebol precisa ser trabalhado com a adaptação de regras de acordo com o grupo. Não pode ser a reprodução do esporte profissional que acompanhamos pela televisão". Esse trabalho fica mais fácil quando o professor constrói junto com a garotada as práticas corporais a estudar, aproximando a escola daquilo que é feito na comunidade. Se o funk, o hip hop e o rap são muito presentes nela, é uma ótima pedida levá-los para as aulas. Isso faz com que todos participem com mais interesse.

Como o foco não é mais só correr e pôr a turma para jogar bola, a maneira de transmitir os conhecimentos precisa ser diversificada. Por isso, a Educação Física não tem lugar apenas na quadra, mas na sala de aula, na de vídeo, no pátio, em palestras de profissionais e visitas a academias de ginástica e escolas de esportes. O caderno passa a ser o espaço para registrar descobertas e ref lexões, criar brincadeiras e regras, pesquisar e observar experiências. "Não há 100% de garantia de que o uso de materiais variados resulte em boas aulas. Mas, se forem bem usados, eles tornarão as aulas mais ricas", diz Samuel de Souza Neto, da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Valorização cultural
No jargão da disciplina, a inf luência da memória impressa no corpo e nos movimentos do aluno é a chamada cultura corporal. Algumas manifestações dessas inf luências são os conteúdos a trabalhar: jogos, lutas, esportes, ginástica, atividades rítmicas e expressivas. "São 12 anos para explorar as diferentes culturas", diz Marcos Neira, da USP, referindo-se ao tempo que a garotada fica no Ensino Fundamental e no Médio. Segundo ele, "todos temos conhecimentos que precisam ser reconhecidos e ampliados pela escola". Essa concepção é conhecida como perspectiva cultural. Além dela, outras três polarizam as discussões sobre a Educação Física hoje no Brasil (leia o quadro).

"Não há caminho certo ou errado nem proposta melhor que outra, mas é preciso saber que aluno a escola quer formar", diz Fábio d'Ângelo, selecionador do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10. Todas as correntes têm em comum, é claro, o objeto de estudo da disciplina: o movimento. O que varia é a maneira de desenvolver as atividades em classe e a prioridade dada a um ou outro aspecto. A perspectiva cultural é tão recente que poucos dos professores de hoje tiveram aulas assim enquanto eram estudantes. "Até a década de 1980, ninguém falava em jogos, brincadeiras, expressão corporal. Eram só técnicas esportivas e muita repetição", lembra Marcelo Barros da Silva, formador de professores e consultor de programas socioeducativos. Um bom exemplo de como levar isso para a prática é o projeto de José Carlos dos Santos, que ensinou esportes de taco e raquete para turmas de 5ª série, o que lhe rendeu o troféu de Educador Nota 10 no ano passado.

"Antes de ser um professor de Educação Física, é preciso ser professor da escola. Os cursos de formação têm de incorporar um novo paradigma de informação. Não dá mais para ter uma grade que privilegia o fazer. Espera-se é um reforço na parte pedagógica e didática", afirma Osvaldo Luiz Ferraz, da USP, que ajudou a reformular o currículo da universidade, concluído em 2006. "Buscamos um equilíbrio entre os aspectos biológicos e esportivos e a abordagem sociocultural."

O curso de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul também passou por mudanças em 2005. "Precisamos mostrar aos futuros professores que a disciplina é uma área do conhecimento, não um espaço para o exercício de aptidões físicas", destaca Alex Branco Fraga, coordenador do bacharelado e da licenciatura. Para isso, o estudante de graduação precisa sistematizar uma série de conhecimentos. "Existem cerca de 300 modalidades esportivas, mas poucas são exploradas. Que tal apresentar aos alunos esportes em que uma equipe entra no campo da outra ou mostrar a riqueza da ginástica olímpica como uma cultura corporal?", exemplifica Fraga. Em Duque de Caxias, na Grande Rio, a professora Tânia Casali de Oliveira é um bom exemplo das transformações pelas quais o ensino vem passando (leia a entrevista ao lado).

Outra deficiência que se quer combatida é a separação entre teoria e prática, com a ampliação da carga horária dos estágios, de 150 para 450 horas (antes eles começavam no oitavo semestre, e agora, no sexto). "O programa foi dividido em três etapas para que o aluno tenha experiência de docência na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio." Quanto maior a pluraridade de vivências, melhor para o grupo. "Nesse contexto, o papel do professor é construir uma ponte entre essas manifestações culturais locais e os conteúdos previstos", diz Souza Neto, da Unesp. Sim, é muito importante ter clareza dos conteúdos - como em qualquer disciplina, aliás - para alcançar os objetivos (confira as expectativas de aprendizagem para o 5º e o 9º ano do Ensino Fundamental).

Inclusão eficiente
A Educação Física, como as demais disciplinas, deve incluir não apenas os gordinhos e baixinhos, mas também os que têm alguma deficiência (física ou mental). "É papel da escola ensinar a conviver com as diferenças e oferecer meios de ajudar a aumentar a sociabilidade", diz Marcos Neira. Os PCNs defendem que isso ajuda a desenvolver "particularmente as capacidades afetivas, de integração e inserção social". Obviamente, é preciso adaptar as atividades às deficiências dos alunos de sua turma para que eles aprendam. Ao propor um jogo com bola para uma classe em que uma das crianças se locomova em cadeira de rodas, garanta que ela possa participar, atuando como um dos jogadores ou em outra função em que ela colabore com o grupo. O ideal é dar a ela a oportunidade de treinar e desenvolver suas habilidades ou de fazer parte das atividades que envolvam competição, e não apenas atuar como técnico ou juiz, por exemplo. Dessa forma, todos ajudam, interagem, planejam e se tornam verdadeiros campeões.

Prezados, dêem sua opiniao e reflitam nas consequências no futuro das crianças.

domingo, 17 de outubro de 2010

Exercício Avaliativo para o 2o Bimestre

Sobre a Comunicação não Verbal, FEYERELSEN e DE LANNOY (1993) citam BEATTLE (1981) quando falam que, em boa parte das pesquisas que trata do tema, há três afirmações que são recorrentes:

"1) a língua e a comunicação não verbal servem a funções diferentes;


2) a expressão das emoções e das atitudes depende principalmente da comunicação não verbal;


3) a comunicação não verbal permite o estabelecimento, o desenvolvimento e a manutenção das relações sociais."


Em grupos de, no máximo, quatro estudantes, montem um roteiro de uma esquete (peça teatral de curtíssima duração), a ser interpretada pelos componentes, e que ilustre uma das três afirmações anteriores. No mínimo com 2 e máximo 3 minutos de duração.


A aula do dia 25/10 está reservada para a construção do roteiro, os ensaios e a pré-produção.


Os grupos deverão se inscrever aqui, na parte de comentários, antes desta data. O objetivo é que não tenha um número excessivo de grupos ilustrando uma mesma afirmação. Assim, ao optar por uma das opções, verifiquem se já não há muitos inscritos pois corre-se o risco d'eu solicitar a mudança. Os primeiros a se inscreverem terão a preferência.


As apresentações serão no dia 01/11 e 08/11. Valor 10 pontos.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Faça uma apresentação igual a de Steve Jobs

Por Gus SOS Brasil - 30/01/2009

A Businesweek traz um excelente artigo que analisa a apresentação feita por Steve Jobs durante a Macworld e relaciona 10 pontos importante sobre as características a serem notadas por um bom orador. Sabemos que grandes oradores geralmente nascem com a facilidade de falar ao público mas podemos com certeza melhorar alguns aspectos de uma apresentação reparando em algumas técnicas utilizadas por eles. Por isso gostei tanto deste artigo que trouxe a tradução dos 10 pontos.

1. A apresentação deve ter um tema. Esse ano na Macworld foi “There is something in the air today” (hoje tem algo no ar). Este tema não precisa ser dito antes da apresentação mas também durante.

2. Demonstrar entusiasmo. Você deve gostar do que faz e mostrar sua paixão. Steve não cansa de chamar seus produtos de extraordinários ou fantásticos.

3. Trace os objetivos e pontos da apresentação. Descreva quando um tema acaba e outro termina e deixe claro seu progresso. Isso torna a apresentação muito menos tediosa.

4. Figure os números para torna-los significativos. Para mostrar que a Apple vendeu 4 milhões de iPhones, Steve Jobs falou “São 20,000 iPhones em média por dia”.

5. Se possível, crie um momento de clímax.

6. Use recursos visuais e menos texto para leitura. O primeiro slide da apresentação do Steve Jobs tinha apenas o número 1 bem grande.

7. Agregue valor, exemplos práticos, vídeos e colaboradores que passem outra visão do produto.

8. Não dê atenção para algum problema menor durante a apresentação. Siga adiante.

9. Venda o benefício de cada produto e não suas características técnicas.

10. Ensaie bastante. Pessoas da Apple dizem que Steve Jobs ensaia muito antes de cada apresentação.

É claro que alguns pontos parecem óbvios mas é a técnica feita com perfeição por um dos oradores mais aclamados do mundo tecnológico. Estas observações foram escritas pelo jornalista Carmina Gallo, hoje treinador para comunicação de grades corporações.

Prezados, o artigo original, para quem lê inglês. E há um outro blog com uma comparação muito legal entre Steve Jobs e Bill Gates. Confiram e dêem sua opinião.